segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

"A carta que escrevi ao Wolverine"


"E aí, xará.

Este post é só pra dizer que estou vivo.
Semana passada, meu status quo tava avariado: passei mal com a comida do resutaurante do trampo, peguei uma gripe, minha diabtes oscilou feito montanha russa e meu sistema digestivo foi pro espaço!!

Mas olha, Logan, nao precisa me emprestar teu fator de cura não. Tenho uma pessoa que me ajudou e muito (a Luciane, preciso te apresentar).... sabe como é.. 'Só o amor constrói'.

Mas nanico, me faça um favor, vc me deve pelos anos de gibis seus comprados: DESCOBRE QUEM FOI QUE NÃO JOGOU FORA AQUELA #%&*%$#* DE ARROZ VENCIDO!!

Valeu, conto contigo.
Do seu velho chapa,

Alex"

domingo, 6 de janeiro de 2008

Dicas Culturais: Justiceiro Anual #02


Este é o meu primeiro post sobre quadrinhos... selecionei este, que li ainda ontem (e minha namorada também parece ter gostado..rs). Se você tem um dinheiro sobrando (R$18,90) e está disposto à colocar a visão bonitnha do Natal um pouco de lado, Justiceiro Anual #02 (com 170 páginas, encadernado) é uma boa opção de leitura. Vamos por partes:

O protagonista: Frank Castle, o Justiceiro. Um ex-combatente do Vietnã, que resolve mover uma guerra particular contra o crime, após sua esposa e filhos serem mortos num fogo cruzado entre uma guerra de gangues/máfia. O cara mata mesmo.

Contexto atual nos quadrinhos: Em 2001, um irlandês chamado Garth Ennis começou a escrever as histórias do personagem, colocando um humor negro muito bom... e um tempo mais tarde, colocando as coisas num teor mais adulto, mostrou que Frank é um afetado de primeira: um cara amargurado e frio até o extremo, suas necessidades básicas (comida, sono, contato com outras pessoas) são coisas de segunda prioridade.

Análise da edição:
Na primeira história, "A Lista", Frank vai atrás de um mafioso novato que usou um garotinho como escudo durante uma ação de um policial, que acabou alvejando o menino na frente da mãe, ao tentar pegar o suspeito. Ao decorrer da coisa, ele descobre que somente o garota era inocente na história. Como o próprio Frank pensa:"O Natal não é o mesmo sem as crianças." Boa história de Stuart Moore, e arte incrível de C.P. Smith, que abusa de sombras e silhoetas, montagem fotográfica e páginas com quatro quadros, lembrando uma narrativa meio de cinema.

A história seguinte é a mais fraquinha, "Noite de Paz".
Um título bem irônico, por sinal. Castle usa um ex-conselheiro da máfia pra fazer mais uma "limpeza". Um monte de capangas mortos dentro de uma igreja. Eu critico um pouco a ação do cara em matar um cara na frente de crianças- coisa o personagem nunca faria, o escritor Andy Wigler pisou na bola aí. Desenhos de Kyle Hotz dentro da média - destaque para o Justiceiro vestido de Papai Noel (veja na foto)... impagável!

Em seguida, as duas histórias escritas pelo já mencionado Garth Ennis. Em "O Tigre", vemos a infância de Castle, nunca antes mostrada, pelo que eu me lembre. Já há um pequeno sinal das raízes do Justiceiro, quando o protagonista rouba a arma do pai para ir atrás de um estuprador em seu bairro. Mas ainda é cedo para Frank sujar suas mãos. Bons desenhos de John Severin, cheios de hachuras. E Ennis consegue escrever algo até mesmo tocante.

Ao final, a melhor e mais perturbadora história, também de Garth Ennis: "O Fim".
Num futuro onde o mundo se lascou após uma guerra radioativa, a cidade de Nova York totalmente destruída, e um Justiceiro já idoso escapa de um abrigo nuclear, e parte atrás dos últimos seres humanos vivos, culpados até o talo. Estes trechos dizem tudo: "Era um vez um bando de escrotos maldosos. Quase ninguém sabia porque eles eram bons em ficar na moita, mas estes escrotos maldosos comandavam o mundo. E eles tornavam o mundo um lugar cruel e terrível. Comandavam as grandes indústrias que envenenaram o ar. Seus negócios escravizaram países inteiros. O dinheiro que eles ganhavam dava pra alimentar e curar a população da Terra duas vezes, mas só o eles pensaram em fazer como ele foi guardar." Isso não lembra o mundo real? À mim lembra.
Desenhos matadores de Richard Corben, um dos melhores do quadrinho underground. Vale citar o final, onde Frank parece aceitar tudo em paz.

Algumas fotos desse gibi estão aí pra todos verem. Compensou cada centavo.