quinta-feira, 14 de maio de 2009

Uma reinterpretação do Noir: Blade Runner - O Caçador de Andróides

E lá vamos nós novamente com o cinema Noir.
Mas neste caso é um pouco diferente, pois estou falando de Blade Runner - O Caçador de Andróides, uma mistura da ficção científica e o estilo Noir. Estrelado por Harrison Ford, no papel de Rick Deckard, um policial de Los Angeles no futuro, um caçador de Replicantes, andróides subservientes programados para morrer automáticamente após meros 4 anos de ativação. Alguns deles se rebelam, procurando seu criador para exigir mais tempo de vida.



É um filme estranho, com certeza, mas daqueles que não sairão de sua cabeça. Não se sabe a razão exata para seu status cult, se é a visão pessimista, sombria e reflexiva do autor do livro original, Phillip K. Dick, ou a direção magistral de Ridley Scott... que conseguiu misturar o futuro tecnológico com a sociedade decadente, com constantes alusões ao Noir.

Tudo isso foi intensificado na Versão do Diretor, lançada em 1992, onde o final é totalmente jogado em aberto, e dúvidas surgem se o próprio Rick Deckard seria ou não um replicante.
Um filme que sempre gera mais e mais debates, que merece ser revisto de tempos em tempos.



E uma trilha sonora impressionante. Deixo lhes com uma simples pergunta, atribuída sobre a mocinha do filme, uma replicante por quem Rick Deckard se apaixona:

"È uma pena que ela não vá viver. Mas afinal, quem vive??"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O movimento Noir: "O Falcão Maltês"

O Noir foi um movimento de vanguarda do cinema dos anos 40. Na época, os cineastas não se davam conta de que seus trabalhos definiram um estilo marcante: o uso de sombras, sujeitos carrancudos, cínicos, mulheres fatais, sedutoras e de caráter dúbio. Suas histórias quase sempre giravam em torno da criminalidade, e a persona do detetive era bastante comum, e tudo imerso numa realidade corrupta, gananciosa e pessimista.


Ando ás voltas com o Noir ultimamente. Então resolvi criar esta série de posts, recomendando algumas dicas para quem quiser se aprofundar nesse universo.



Ainda hoje, assisti ao grande pioneiro do gênero, o filme "O Falcão Maltês", de 1941. Estrelado por Humphrey Bogart, é inspirado no livro homônimo de Dashiell Hammett. Bogart interpreta o detetive Sam Spade, que é procurado por uma mulher misteriosa, e assim é posto no meio de um conflto pela posse de um falcão de bronze.


Não há muitas cenas abertas, de ação espetacular... porém não é difícil se divertir com a ganância dos protagonistas (inclusive Spade, que negocia cada ato seu em troca de grana, reparem bem); o cinismo; a periculosidade disfarçada de Mary Astor (que sem apelar, criou uma vilã incrível, sem necessariamente interpretar como uma vilã)... e diálogos bem sacados.

Hoje a arte do diálogo já não é tão presente no cinema. Mas em O Falcão Maltês, todo o desenvolvimento é calcado nisso. Os enganos, as negociações, o discurso falso... nunca se sabe em qual personagem confiar. Um grande filme.